5 pontos que os brasileiros mais valorizam na hora de comprar ou alugar um imóvel

Pesquisa do DataZAP+, publicada em primeira mão pela EXAME Invest, revela como estão as preferências dos brasileiros depois de quase 2 anos de pandemia

Vila

Nos primeiros meses da pandemia, a partir de março de 2020, o mercado imobiliário começou a testemunhar mudanças de comportamento nas preferências dos brasileiros. Apartamentos e casas com espaços maiores passaram a ser mais valorizados, enquanto o peso da localização — cuja referência era a proximidade com o trabalho — diminuiu.

LEIA MAIS:
2022 será um bom ano para comprar imóvel?
Dicas de como economizar material de construção para a sua obra de casa
As 15 cidades brasileiras mais caras para comprar um imóvel

Com a pandemia prestes a completar dois anos e o avanço da vacinação oferecendo maior segurança para a população, como estão as preferências do brasileiro na hora de escolher um imóvel para compra ou aluguel?

Para responder essas perguntas, o DataZAP+, divisão de dados de um dos maiores e mais importantes grupos do mercado imobiliário do país, realizou mais de 800 entrevistas com usuários dos portais ZAP e Viva Real residentes em regiões metropolitanas do país no fim de novembro. Foi a quinta pesquisa sobre as preferências desde o início da pandemia.

“Os resultados consolidam um novo normal do que parecia ser a superação da pandemia, com o avanço da vacinação e a melhora do quadro sanitário, ainda que tenha sido realizada antes da Ômicron. As pessoas retomavam a rotina usando máscaras e tomando cuidados sanitários”, disse Pedro Tenório, economista do DataZAP+, à EXAME Invest.

Os resultados são divulgados em primeira mão pela EXAME Invest. Veja a seguir 5 destaques:

A busca por imóveis é a maior desde o início da pandemia

Quatro em cada dez entrevistados disseram que a busca por imóveis aumentou muito (21%) ou um pouco (outros 21%) em relação ao início da pandemia. Trata-se do maior percentual da série histórica (curta) dessa pesquisa. No momento da primeira onda, apenas uma pessoa em cada 25 demonstrava a mesma intenção, o que seria esperado.

Por outro lado, apenas 9% disseram que a procura por imóveis diminuiu muito em relação ao início da pandemia. Na pesquisa conduzida no momento da primeira onda da pandemia, esse contingente era de 60%.

“Os resultados indicam que as pessoas aprenderam a conviver com a pandemia e enxergam uma redução das incertezas, a ponto de voltar a tomar decisões cujos efeitos se alongam, como assumir um contrato de aluguel”, disse Tenório.

Home office continua relevante. Em especial, para quem ganha mais

Seis em cada dez brasileiros (58% do total) dizem que é muito importante que o imóvel alugado tenha um espaço dedicado para o home office, e cinco em cada dez (53%) no caso do imóvel adquirido.

Segundo o economista do DataZAP+, tal diferença se explica pelo fato de que, na procura por imóveis cuja permanência será em tese menor, as pessoas tendem a ter preferências mais específicas. O racional implícito é que, se a preferência do morador mudar, será menos trabalhoso trocar de imóvel do que se ele fosse comprado.

Na estratificação das preferências pelo corte de impacto da pandemia na renda, 50% dos entrevistados que passaram a ganhar mais disseram que é muito importante ter um imóvel com home office; para quem passou a ganhar menos, esse espaço foi considerado muito importante por apenas uma em cada três pessoas (34% do total).

O que os brasileiros mais valorizam: imóvel arejado e com luz natural

Praticamente oito em cada dez entrevistados (76% do total) disseram que dispor de um imóvel com as características acima é muito importante, o que sinaliza a valorização de características quem passou a fica mais tempo em casa.

Logo a seguir, completando o top 5, as características mais citadas foram:

  • Imóvel com ambientes mais bem divididos: 67%
  • Imóvel localizado em uma vizinhança com mais comércios e serviços: 66%
  • Imóvel com vista, visão desimpedida: 64%
  • Imóvel com varanda: 59%

O terceiro item mais mencionado, a oferta de comércio e serviços nas próximidades, corrobora a tendência mais ampla de valorização da comodidade pelos brasileiros, que se reflete também no crescimento do delivery (entregas).

“Tanto o home office como o distanciamento social implicam mais tempo em casa. E isso valoriza ainda mais poder morar em um imóvel arejado, com vista desimpedida e varanda, como citado na pesquisa”, afirmou Tenório.

O que é menos valorizado: condomínio com mais serviços

A pesquisa da DataZAP+ traz uma revelação de certa forma surpreendente: apenas um em cada cinco brasileiros (18% do total) que estão na jornada de compra ou aluguel de imóveis considera muito importante ou importante que o condomínio disponha de serviços adicionais como lavanderia, mensageria, aplicativo do condomínio etc.

Pode ser considerado uma descoberta surpreendente porque, faz alguns anos, incorporadoras apostam e oferecem cada vez mais tais espaços ao lançar prédios residenciais novos. E isso tem um custo na construção e na manutenção mensal, aqui cobrada por meio de um condomínio de valor mais elevado, com funcionários etc.

Completam o top 5 invertido, dos itens menos valorizados:

  • Imóvel situado em um andar mais alto: 27%
  • Condomínio com áreas de lazer: 34%
  • Imóvel com um ambiente para escritório: 36%
  • Imóvel com mais banheiros: 43%

O fato de que apenas um em cada três entrevistados diz que é muito importante ou importante que o imóvel tenha um ambiente para escritório sinaliza que parte dos que querem um home office no imóvel entende que basta um espaço para uma mesa com cadeira — que não a mesa de jantar — em algum canto da casa.

Morar perto do trabalho voltou a ser mais valorizado

Um dos comportamentos fundamentais alterados no começo da pandemia havia sido a queda na valorização de morar perto do trabalho, diante do fato de que um número maior de pessoas passou a trabalhar de home office.

Uma dúvida importante do mercado, de incorporadoras e imobiliárias era — e continua a ser — até que ponto a localização havia perdido relevância na decisão de compra ou aluguel de imóvel.

A pesquisa do DataZAP+ sugere que essa mudança de comportamento começa a perder força, embora seja necessário analisar as respostas em um período mais prolongado para se chegar a conclusões mais sólidas.

Quatro em cada dez entrevistados (43% do total) disseram que morar perto do trabalho é muito importante ou importante.

Entre os que pretendem alugar um imóvel, esse percentual chega a 48%. Na pesquisa realizada na quarta onda, em março de 2021, esse item havia sido citado por 32% dos brasileiros. Por outro lado, para quem deseja comprar um imóvel — leia-se decisão mais duradoura de vida –, o percentual é menor, de 34% que valorizam esse aspecto.

Fonte: Exame

Facebook | Instagram | Youtube