Como o metaverso chegou ao mercado imobiliário
Metaverso: Em 2020, o mercado imobiliário adentrou em sua era virtual e as negociações começaram a ser realizadas por videochamadas, tour virtuais, realidade aumentada e, pasme, até com ajuda de drones.
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Mas para 2022, a previsão é ainda mais tecnológica e futurista. A moda agora são imóveis e terrenos completamente digitais e comercializados em espaços virtuais – ou no que chamamos de metaverso (alô, Homem-Aranha!).
E antes que você pense que isso tudo não passa de uma viagem muito louca, de acordo com um estudo realizado pela Bloomberg Intelligence, o metaverso representa uma oportunidade de mercado de até 800 bilhões de dólares. Surpreendente, certo? E tudo começou (ou ganhou maior revelância) quando a empresa-mãe do Facebook anunciou que estava mudando seu nome para Meta, uma alusão às investidas neste novo universo virtual.
Mas como o metaverso chegou ao mercado imobiliário?
Neste espaço ilimitado e digital, é possível comprar desde terrenos e obras de arte, até peças de roupas das mais variadas grifes de luxo, além de interagir com outros avatares e participar de eventos virtuais. Lembra do The Sims? Só que agora, a vida real invadiu os jogos virtuais! “As oportunidades são infinitas, qualquer um pode criar e fazer parte”, explica Fernando Godoy, CEO da Flex Interativa, startup pioneira nesse universo no Brasil e que lançou recentemente seu próprio metaverso que leva o nome da companhia.
E por mais que gastar milhões em um terreno que só existe online possa ser uma ideia distante (e até absurda) para a maioria, ela não deixa de ser uma realidade. Para se ter uma ideia, só no mês passado, a empresa Republic Realm, sediada em Nova York, fez um acordo de 4,3 milhões de dólares (quase 24,5 milhões de reais na cotação atual) para comprar terrenos digitais no The Sand Box, uma plataforma de realidade virtual.
Enquanto isso, a companhia canadense focada no investimento em criptomoedas Tokens.com anunciou que vai sediar em suas propriedades no jogo Decentraland (adquiridas por 2,4 milhões de dólares), a primeira semana de moda virtual. Os terrenos estão localizados no Fashion District, que os investidores comparam com a nova-iorquina Quinta Avenida. E este investimento já pode, inclusive, gerar renda, já que a Tokens.com pretende alugá-los ou vendê-los para marcas de luxo que queiram entrar na onda.
Para além de eventos e transações comerciais, até a embaixada de Barbados, país caribenho, anunciou a abertura de uma sede no metaverso, onde a população poderá obter serviços consulares virtualmente quando o projeto estiver finalizado e instalado.
De acordo com Fernando, essa febre não vai demorar a chegar no Brasil e os investimentos na web 3.0 devem acontecer paralelamente em diversos países. “Vai muito além de comprar um terreno ou construir uma casa digital, é também sobre adquirir utensílios para essa casa e para o seu avatar”. Ou seja, o terreno é uma pequena parte desse grande movimento de interação online.
Outra oportunidade que o empresário enxerga é no lançamento de novos empreendimentos físicos, que podem ganhar uma versão no metaverso para que os interessados passeiem com seus avatares pelo apartamento decorado e pela área de lazer, por exemplo.
Mas afinal de contas, por que investir em terrenos e imóveis que só existem virtualmente?
“Tudo isso é sobre experiência”, aponta Fernando. Os investidores podem colocar seus terrenos em uso, seja construindo uma casa exclusiva e alugando-a para eventos virtuais, seja cobrando pela participação em shows ou desfiles que ocorrem ali.
E vale lembrar que tudo começa na criação. Pode parecer redundante, mas “essa é também uma ótima oportunidade para arquitetos e designers que podem desenvolver objetos e muito mais em 3D”, instiga o CEO.
Fonte: Vogue